domingo, 19 de maio de 2013

Homenagem à Minha Mãe



MÃE, TU ÉS ETERNA

(Se um dia eu concluir que te perdi,
Terá chegado a minha hora e partir.)

É incrível como passa o tempo
e a gente nem percebe que passou.
Hoje és um retrato, no criado-mudo,
com o qual converso pra não me sentir só.
Assim preenches quase todo o vazio
que tua ausência, em minha vida deixou.
E pensar que… ainda ontem, estavas ao meu lado!

Quando bate forte a saudade
e o meu peito queima de dor,
e as lágrimas umedecem meus olhos,
Lembro-me da promessa que te fiz:
— Vá em paz, prometo ficar bem. —
Seguro as lágrimas, para que não rolem,
e o teu retrato, com todo o meu amor.

Vejo teu rosto e logo me conformo
ao lembrar-me do teu sorriso lindo…
abranda-me a tristeza, suaviza a saudade.
E mesmo entre as dores que em meu peito abrigo,
reconfortada por tua lembrança,
espero muito reencontrar-te um dia,
e em teu colo me aninhar… feito criança.

Todas as noites, quando me visitas,
deixas no quarto teu cheiro de flor.
És a mais bela de todas as flores
e o maior de todos os meus amores!
Mesmo distante, nunca estás ausente,
pois o amor que sempre nos uniu
vem das entranhas, do teu ventre santo.

E se nos sonhos eu te vejo ainda,
às vezes jovem e linda como sempre foste,
outras, idosa e frágil, como bolha de sabão,
pedindo ajuda para que eu te cuide,
vem a certeza de que ainda vives,
e que a morte, assim como a vida,
não passa de mera ilusão.

Estás aqui, mesmo que não me toques,
e tua presença vem me confirmar
que, muito antes do que imagino,
voltaremos a nos encontrar.
Abro os olhos, ainda sonolenta…
Vejo um anjo de cabelos brancos,
que lentamente, vai se afastando…

Nesse momento, como num milagre,
trazendo o Terço entre as duas mãos,
vejo-te indo ao encontro de Maria,
— Mãe de Jesus e, também, tua Mãe —,
deixando um rastro de luzes cintilantes…
Sinto-te eterna, eternamente minha.
Minha querida, minha doce mãe.

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 8/5/2013